domingo, julho 05, 2009

Solidão

Ao fim dum tempo, as minhas escolhas retornam a este ponto. A altura ajuda muito, visto ser época de exames, e o stress e a pressão mandam os meus "mapas" de pensamento pelos ares, deixando-me a vaguear pela minha mente, e a fazer decisões com base em emoções em vez de lógica. A deixar-me ir pela irritabilidade. A tornar-me fraco, débil. Faltar-me a força de vontade para seguir em frente, por muito chato ou difícil ou doloroso.

Ainda me prendo aquilo e aqueles que me dão o pouco conforto que consigo arranjar. Tratarem-me como um deles, confiarem em mim, como confio neles. Conto pelos dedos de uma mão quem são essas pessoas.

Porra odeio ser tão fraco. Nestas alturas, por muito mal que esteja, nunca irei suicidar-me, isso é o nível mais fraco que poderei atingir, e teria nojo de mim próprio. Preferia levar porrada, ao menos a dor podia trazer-me de volta à realidade.

Nunca tive realmente ninguém de quem pude depender, como um irmão ou assim. A minha família... enfim, ninguém é perfeito, mas esta parece-me que quer fugir da perfeição. 2 pais que pressionam e pressionam e um irmão e irmã que julgam-se melhores do que eu. Agora compreendo como é que certos colegas meus têm ataques de pânico ou até como uma colega minha do secundário, a Cátia, uma querida, foi-se abaixo na minha escola há uns anos e teve umas horas a chorar.

Bombas emocionais. Eu prendo tudo o que tenho cá dentro. Tudo. Poucas são as minhas alegrias, imensas são as minhas magoas, os meus desesperos, as minhas raivas, a minha dor, a minha solidão...

Não tenho ninguém com quem conversar, desabafar, confessar. Uma vida de solidão. É o que tive, é que vivo agora, e é o que me espera no futuro.

Ou habituo-me. Ou enlouqueço.

Acho que já estou a enlouquecer...