segunda-feira, janeiro 15, 2007

Ambição

Estamos sempre insatisfeitos, sempre a querermos mais. É necessário um grande poder, uma força de vontade enorme, que jamais seja abalada pelas tentações materiais deste mundo corrupto, como uma encosta de granito a receber ondas atrás de ondas dum mar tempestuoso.

Será da nossa natureza querer sempre mais? Mais dinheiro? Mais poder? Mais derramamento de sangue? Mais conhecimento? Mais sabedoria?

Lembro-me de Icaro. Ele queria ir mais além, ultrapassar o seu pai. Veloz foi a sua ascenção aos céus, mais veloz foi a sua queda. Tudo porque queria alcançar o sol.

Lembro-me de Lucifer. O favorito de Deus, ambicionava mais, queria o lugar do criador. Veloz como um relâmpago e estrondosa como um trovão foi a sua queda até ao ultimo circulo do Inferno.

Será esse o nosso inevitável destino? Estaremos condenados, amaldiçoados talvez, a deixarmo-nos levar pelas nossas ambições, sedes e cobiças? Refugiamo-nos nas religiões de deuses feitos do medo dos homens. Medo do desconhecido. Medo das coisas sem nome. Pois se não tiverem nome, não as poderemos insultar, humilhar, magoar. Não poderemos sentirmo-nos seguros contra elas. E ao darmos-lhes nomes, não ganhamos só segurança contra elas, mas também controlo. Controlo sobre elas, e controlo sobre aqueles que as temem. Deus, Alá, Jeovah, nomes diferentes para o mesmo controlo sobre as massas.

Ignorância é felicidade, mas jamais renunciarei ou renegarei o meu conhecimento. Há demasiados que aproveitam-se da ignorância de muitos, imbuindo-lhes os seus medos com maior efeito, dizendo-lhes o que eles consideram certo e moral. Mentem como se falassem a verdade. E o pior é que, em alguns casos, talvez mais dos que penso; os oradores acreditam nas mentiras que propagam. E isso pode ser muito perigoso.

Olhai para Jesus Cristo e olhai para Adolf Hitler. Os dois maiores oradores das história humana. Os discursos de Cristo levaram á queda do Império Romano e ao nascimento da religião cristã, que foi corrompida pelo que restava do Senado romano, os seus senadores agora cardeais e bispos. Os discursos de Hitler ergueram uma nação em ruinas, transformando-a numa potência industrial e militar devastadora. Mesmo tendo perdido, as acções que decorreram alteraram a ordem mundial até aos dias de hoje. COm a derrota da Alemanha Nazi e os seus aliados, o mundo entrou na era atómica, e a América desenvolveu a sua "mentalidade" de policias e salvadores do mundo; mentalidade essa que, mais tarde no Vietname e agora no Iraque, levou-os a meterem-se em assuntos que desconheciam, e a prolongarem a sua estadia para além do necessário. E o preço desse prolongamento é pago em sangue, dos jovens ignorantes que puseram-se nesta situação á procura de vingança.

Mais surpreendente ainda é como alguns destes jovens estão tão afundados no mar da ignorância, que não vêem o que foi-lhes feito, e apoiam as acções do seu pais com uma fé cega. Talvez façam isto por ignorância, talvez por medo. Medo de descobrirem que foram usados, que nos ultimos anos das vidas deles eram uma mentira para que os ambiciosos corruptos possam desviar a atenção e os olhos do mundo para outros que não eles, para poderem continuar impunes nas suas acções de corrupção, seja ela economica, moral ou intelectual.

PS: Agradeço ao Profeta Grash pela inspiração para este post. Obrigado Profeta, tás lá quando é preciso =)

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Definir o Real...

Como podemos definir o real? Será que o que vejo, ouço e sinto é real? Tal como Morpheus disse, então o real são apenas impulsos electricos no nosso cérebro. E vocês podem duvidar do que digo, aceitar as coisas como são. A mim, isso suscita ainda mais questões. Serei o unico nesta "realidade"? Será que, quando aparecem-me pessoas que contradizem e pessoas que apoiam o que digo; serão apenas manifestações das minhas duvidas e certezas? Estarei eu num coma algures, a viver do meu subconsciente? Estarei, tal como no Matrix, ligado a uma bateria, fornecendo energia a algo?

Questões, questões, questões... Porque é que as pessoas têm de morrer? Pergunta facil, para dar valor á vida. O que é a vida? Pergunta dificil. Eu gosto de pensar que a outra vida é um campo de batalha, onde os conhecimentos que adquirimos durante a "vida" são as nossas armas. Gosto de pensar como Valhalla. Mas isso sou eu; a ideia de, no próximo plano existencial, andar á porrada com armamento medieval/viking com outros gajos não é um pensamento assim tão desagradavel, muito pelo contrário.

E o Inferno? Muitas pessoas já tentaram imaginar e recriar o Inferno. No entanto, Sam Neill disse-o melhor no "Event Horizon":

Inferno é apenas uma palavra. A realidade é muito, muito pior.

Damos nomes ás coisas para, duma maneira mais subconsciente, podermos controla-las na nossa cabeça, para não sentirmos medo do desconhecido. Criamos torres de luz para protegermo-nos da escuridão do mundo. Estamos no topo da cadeia alimentar, afirmamos que somos "civilizados", mas nunca deixamos de ser animais. É por isso que nos envolvemos na luz e criamos nome para as coisas, para sentirmo-nos superiores aos animais "irracionais", para negarmos os nossos instinctos, a escuridão que habita nos cantos não utilizados do nosso cérebro.

Já foi muito por hoje. Quando apetecer, volto á carga.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Ganda Volta

Acaba a volta nº 2006 desde que J.C. meteu os pés neste planeta, e imediatamente começa a volta nº 2007 ao bilhar grande conhecido como Sol.

Que consigam em 2007 o que não conseguiram este ano =)