segunda-feira, março 24, 2008

Racing

A vida é como uma corrida de carros. O percurso tem curvas fáceis, e curvas difíceis. Mas uma coisa é certa, uma coisa é absoluta, e sabemos desde o inicio: nunca acabamos a corrida em primeiro lugar.

A morte acaba sempre por nos ultrapassar.

Há quem fique deprimido e receoso quando vê a morte no retrovisor a aproximar-se cada vez mais. Há quem não ligue ao que vem atrás deles e é apanhado de surpresa no momento. Há quem lute com tudo o que tem à mão até à linha de chegada para tentar vencer a corrida. Mas no fim ficamos sempre em 2º lugar.

Somos recordados pela performance que damos na pista. Pela maneira como fazemos as curvas, se entramos a abrir como doidos e quase saímos da pista ou deslizamos pelo pavimento em controlo absoluto do carro.

Não devemos entristecer-nos com o facto que sabemos que nunca iremos ganhar a corrida. Não, pelo contrário, devemos ganhar forças desse facto, para percorrermos a pista como campeões. Para que no fim, quando virmos a morte ultrapassar-nos, olharmos para ela e dizer:

"Podes ganhar a corrida, mas andaste este tempo todo atrás de mim a tentar ultrapassar-me, e agora, no fim, podes ultrapassar-me, mas já ganhei-te na pista inteira!!"

Fiquem bem

sexta-feira, março 07, 2008

Sombra do eu

A Luz da Verdade lança uma Escuridão maior quando cai sobre mim...

Namorar? Amar? Não, acho que não estou destinado a tal. Acho realmente que tento sabotar subconsciente qualquer tentativa de namoro da minha parte ou da parte feminina até ser tarde de mais. E porque digo isto? Porque automaticamente todas as mulheres (raparigas, colegas, amigas, etc etc) por quem apaixonei-me, todas ficaram, ultimamente, além do meu alcance. E so reparo nisto ou quando já não têm interesse em mim ou depois de levar com um "não" do tamanho dum Emperor Titan (referência pessoal).

Eu preciso de ajuda, preciso de parar de sabotar isto.

Ou talvez não. Talvez eu deva ficar sozinho. Talvez seja esse o meu destino final. Morrer sozinho, velho, amargurado, abandonado por todos porque afastei todos. Ou morrer rodeado de loucura, odio e raiva, a uivar como um lobo e a rir-me enquanto olho para o Abismo que habita em mim.

SIM!! Rirei. Rirei pois tornar-me-á mais forte. Que o amor congele e morra nos ventos gelados do fjord que é o meu coração. Que a amizade desapareça como água nas areias do deserto. Não tenho nem terei amigos. NUNCA. Terei gente de interesse, gente que eu possa aproveitar o conhecimento, equipamento e utilidades delas. Que se ERGA de novo a Fortaleza que envolve o meu coração. Que torne-me outra vez um ser de ódio puro, cruel, calculista, concentrado, objectivo. Sem distracções morais nem sentimentais, egoista e maquiavélico.

Anseio esse dia. Nesse dia, o meu eu fraco morrerá, e serei então verdadeiramente eu. E rejubilarei esse dia, sentirei a felicidade louca e sanguinária que não aquece mas queima o coração, e irei pegar nessa dor e irei transforma-la. Transforma-la no caminho a percorrer até ao dia do meu Fim.

Alivia-me escrever isto tudo aqui, sem preocupações de quem possa ver. Porque afinal, quem vem aqui?...